PORQUE DIALOGAR SE PODEMOS COMPRAR UM CAVEIRÃO?


Movimentos sociais repudiam compra de 
“caveirão” pela Polícia Militar do Estado


Lívia Francez 


A compra de um veículo blindado pela Polícia Militar para repressão de protestos no Estado gerou controvérsia entre os movimentos sociais. O governo do Estado abriu licitação nessa quinta-feira (26), para a aquisição de um veículo blindado antitumulto, equipado com canhões de arma e capaz de transportar até sete homens – conhecido popularmente como “caveirão”. O blindado tem por objetivo dispersar multidões e abrir vias obstruídas por manifestações.
 
O Fórum Estadual da Juventude Negra (Fejunes) divulgou nota pública repudiando a aquisição do veículo. Para a entidade, a repressão aos movimentos sociais já é uma marca do atual governo e a aquisição do blindado é mais uma comprovação dessa linha de atuação, que prioriza a repressão em detrimento do diálogo.
 
O Fejunes lembra que a criminalização dos movimentos sociais não é a saída para que acabem os conflitos atuais.  O foco do atual governo, segundo a entidade, deveria ser o diálogo com os movimentos sociais e não a violência, que já foi vivenciada em diversas situações desde o início da gestão atual.
 
Desde o início de 2011 têm sido constantes os conflitos entre policia e manifestantes que vão às ruas em protesto, ou ainda entre moradores e poder público em reintegrações de posse, como no caso do loteamento Nova Esperança, localizado em Barra do Riacho, distrito de Aracruz (norte do Estado), quando os moradores foram desalojados de forma truculenta pelo Batalhão de Missões Especiais (BME).
 
Os conflitos com estudantes e trabalhadores que pleiteiam melhorias no transporte coletivo e a redução no valor da passagem de ônibus também foram reprimidos com violência desproporcional em diversas ocasiões.
 
O Fejunes ressalta que, apesar do clamor dos movimentos e da sociedade para a discussão em torno de políticas públicas de segurança, o que se vê é o investimento prioritário em mais aparato repressivo.  

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